O que é a abordagem STEAM?

A abordagem STEAM consiste num modelo de ensino interdisciplinar que procura modernizar a forma como as disciplinas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) são lecionadas, uma vez que são tradicionalmente ensinadas de uma forma isolada. A abordagem STEAM orienta o interesse dos alunos, conjugando conhecimentos teóricos com aplicações práticas que incentivam os alunos a encontrar soluções para os problemas do mundo real. Este tipo de aprendizagem permite aos alunos desenvolverem competências de comunicação, de pensamento crítico, de colaboração e de resolução de problemas. Embora as disciplinas STEM permitam aos alunos melhorarem as suas capacidades técnicas, é importante que estes desenvolvam tanto as competências digitais como as competências sociais para o seu trabalho no futuro.

Através da sua abordagem interdisciplinar, o ensino STEAM pode contribuir para fazer face à sub-representação persistente de mulheres que trabalham nas áreas STEAM. Segundo o relatório do Painel de Avaliação “Mulheres no Setor Digital 2021 da Comissão Europeia, as mulheres representam apenas um terço dos licenciados nas áreas STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) e 19 % dos especialistas em TIC (tecnologias de informação e comunicação). Uma vez que as aspirações profissionais na fase da adolescência tendem a influenciar as opções de carreira na idade adulta, isto realça a importância de fomentar o interesse nas disciplinas STEM desde muito cedo através de aulas interativas e apelativas. Aumentar a participação das mulheres nas áreas STEM não só aumentará o acesso das mulheres a empregos bem remunerados, como também ajudará a promover a igualdade de género nas áreas tecnológicas (Comissão Europeia, 2021).

Como implementar o ensino STEAM na sala de aula

Existem inúmeras formas de os professores desenvolverem as competências dos seus alunos através do ensino STEAM, começando, antes de mais, por eles próprios.

1. Educar o educador

Os educadores devem ter as competências e os conhecimentos necessários para ensinar conceitos STEAM aos alunos do ensino básico e secundário. A fim de desenvolver as suas competências profissionais nesta área, os educadores podem participar em programas de formação (disponível em inglês) ou aceder a recursos (disponível em inglês) em linha para o ensino das STEAM. As comunidades de práticas (disponível em inglês) em linha podem ser outro recurso valioso para os professores aprenderem e desenvolverem em colaboração as melhores práticas no ensino STEAM.

Uma forma divertida de desenvolver o trabalho de equipa e as capacidades de comunicação dos alunos pode envolver repensar a abordagem pedagógica, por exemplo, introduzindo mais atividades de trabalho de grupo baseadas em projetos. A aprendizagem pela prática cria experiências de aprendizagem mais significativas para os alunos, mostrando-lhes como estes problemas podem aplicar-se a situações da vida real. Pode ainda fazer um trabalho mais aprofundado, alterando a organização da sala de aula de modo a criar áreas específicas para trabalho colaborativo ou atividades baseadas em projetos.

2. Utilizar ferramentas e recursos em linha

Existem muitos projetos STEAM financiados pela UE em curso, nos quais trabalham professores e especialistas em toda a Europa para produzir materiais pedagógicos personalizáveis sobre temas como património histórico e cultural (ambas disponíveis em inglês). Estas ferramentas são úteis e gratuitas para professores. Existem também repositórios digitais em linha, tais como Science is Wonderful! (disponível em inglês) ou Europeana, que contêm atividades interativas de aprendizagem sobre tópicos científicos que utilizam música, literatura, vídeos e obras de arte como ferramentas de aprendizagem.

A escolha de um tema com base nos interesses e necessidades dos seus alunos pode contribuir para aumentar o envolvimento dos alunos nas disciplinas STEM e é especialmente útil quando se trata de capacitar jovens raparigas a explorar tópicos científicos.

3. Abordar preconceitos sexistas na sala de aula

Aumentar o interesse e a participação das raparigas nas disciplinas STEM é fundamental para equipar as jovens mulheres com as competências necessárias para se adaptarem a um mercado de trabalho em constante mudança. O projeto Girls Go Circular constitui um exemplo de um projeto financiado pela UE que visa capacitar as raparigas nas áreas STEM, desenvolvendo as suas competências digitais e de empreendedorismo sob o prisma da economia circular.

Os professores podem abordar as disparidades de género nas disciplinas STEM, dando prioridade a métodos de ensino baseados na inclusão de género. Tal pode implicar travar uma discussão aberta sobre a igualdade de género com os alunos e incentivar grupos de trabalho misto de modo a desconstruir estereótipos e preconceitos de género na sala de aula.

Os professores podem inspirar-se em projetos e publicações existentes para promover a sensibilização para aspetos pedagógicos que possam ter impacto no envolvimento das raparigas em matérias científicas e partilhar exemplos de práticas inovadoras para aumentar a participação das raparigas nas áreas STEM.